A quantidade de água que você toma depende de vários fatores para prejudicar a saúde, como seu peso, gênero e grau de atividade física. A maioria das pessoas necessita em torno de 2,5 a 3 litros de água por dia, mas o organismo pode tolerar bem o consumo de 8 litros. Os rins, quando funcionam adequadamente, filtram o excesso de água e aumentam o volume da urina para eliminar esse excesso. Mas para definir se esta quantidade que você está ingerido é exagerada, a dica é buscar uma avaliação nutricional ou médica com um endocrinologista. O ideal é marcar uma consulta o mais rápido possível. Isso porque o consumo exagerado de líquidos por muito tempo pode estar ligado a algum problema, e até mesmo a doenças psicossomáticas. A chamada potomania, que é exatamente o hábito de ingerir líquidos em excesso, pode ter relação com alguns transtornos como ansiedade, esquizofrenia, entre outros.
Além disso, muito líquido em nosso corpo pode causar intoxicação hídrica, o que leva à diluição e queda de sódio no sangue, a chamada hiponatremia. O mineral, tão importante para o nosso organismo, regula a quantidade de água presente nas células. E sódio baixo no sangue pode levar ao inchaço das células, o que chamamos de edema celular. Esta condição dificulta o funcionamento adequado, principalmente dos neurônios, levando a sintomas neurológicos, como náuseas, tonturas, dor de cabeça e irritabilidade, e pode evoluir para confusão mental.
Caso a ingestão em excesso continue, ou se a pessoa aumentar ainda mais a quantidade de líquido, as consequências podem ser ainda piores, causando convulsões, coma e até morte.
Há até uma conta para saber qual a quantidade correta de água que o seu corpo precisa, e a matemática é simples: 35 ml por quilo de peso. Então, para uma pessoa de 70 kg, por exemplo, o ideal é ingerir cerca de 2,5 litros de água por dia. Mas, como dito, estes valores podem sofrer alterações de acordo com a rotina de cada um.
Para evitar o consumo exagerado, o primeiro passo é saber ouvir o seu corpo. Se você sempre bebe água sem sede, pode ser um sinal de excesso. Outra dica fácil é analisar a cor da urina. O melhor é que ela tenha uma cor amarela clara. Urinas muito diluídas, quase transparentes, podem indicar um volume maior de líquido do que o necessário.
Fontes: Ana Carolina Thé, médica endocrinologista do Hospital das Clínicas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), vinculada à Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares); Maria Fernanda Osório Almeida, endocrinologista do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba; Raquel Heep, psiquiatra e professora de saúde mental do curso de Medicina da Universidade Positivo, em Curitiba; Maria Edna de Melo, presidente do Departamento de Obesidade da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).
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