Diante de um mercado extremamente dinâmico e com alta rotatividade de informações e pessoas, na qual o comportamento pessoal e em equipe é tão fundamental quanto o conhecimento técnico, vemos posturas pessoais novas. Há o medo das demissões e também a queixa da falta de reconhecimento pelo trabalho desemprenhado. Para manter a segurança as pessoas optam por adotar comportamentos que causam extremo desconforto interno, pois confronta suas convicções. Estamos diante das pessoas passivo-agressivas.
Nossa vida psíquica é basicamente dividida em 3 funções:
- Situação ativadora: aquela que te acontece e você não tem poder nenhum sobre ela. É uma ordem, uma situação externa à sua vontade.
Exemplo: alguém pisou no seu pé.
- Crença / Sentimento: é aquilo que a situação A gerou em você. Qual sentimento lhe trouxe? O que acredita que aquilo significa?
Exemplo: Pisou no meu pé porque não gosta de mim. Pisou no meu pé por acidente.
- Comportamento: de acordo com seu sentimento você terá um comportamento. Um deve ser congruente com o outro para não gerar sofrimento psíquico.
Exemplo: Já que não gosta de mim eu piso no pé dele também. Já que foi um acidente eu aceito as desculpas e fica tudo bem.
Percebemos que uma mesma situação ativadora pode gerar diferentes comportamentos. E é assim para tudo. O grande problema é quando há discrepância entre seu comportamento e seu sentimento. Muitas vezes odiamos uma situação, achamos abusivo ou errado. Porém, por motivos pessoais (geralmente medos) adotamos uma postura de aceitar. Estampa-se um sorriso amarelo no rosto, uma voz calma e baixa, e diz que “sim” para algo que dentro de você diz que “não”. Isso é ser passivo-agressivo. Pessoas que no fim das contas agirão com procrastinação, ressentimento ou o não cumprimento de uma tarefa. Além da enorme ferida que fica no íntimo desta pessoa ela estará fazendo mal a si mesma e ao ambiente corporativo.
A melhor forma de reverter essa situação é reavaliar suas crenças. Muitas vezes somos vítimas de nós mesmos. A história de vida de cada um lhe traz sentimentos e crenças que para outros podem ser falsas. Não há regra fixa. Reavalie se o sentimento causado é realmente verdadeiro porque você acredita naquilo, ou se é uma simples crença automática. Muitas vezes você manterá seu sentimento. Caso ainda haja discrepância entre o sentir e o fazer a palavra mágica é assertividade.
Os assertivos são pessoas agradáveis, dispostas a colaborar, olham nos olhos das outras pessoas quando falam com elas, envolvendo-as. São objetivas e práticas, dizem o que precisa ser dito, falam não ou sim com a mesma naturalidade e espontaneidade. Sabem dosar o humor e a ponderação em conformidade com cada situação. Tem maturidade suficiente para evitar confrontos e a disciplina necessária para levar adiante um projeto ou um processo de comunicação.
Haja com transparencia sobre seus sentimentos, seja verdadeiro sem ser rude, pois há várias formas de expressar suas convicções. Uma pessoa assertiva tende a ser aceita com mais facilidade do que a que é agressiva, passiva ou passivo-agressiva, pois defende seus direitos e sabe flexibilizar-se para aceitar as outras pessoas como são. Expressa com clareza seus sentimentos e pensamentos, emite sua opinião quando julga conveniente.
Enfim, o sucesso de uma carreira ou corporação depende de pequenos sucessos humanos, individuais (em menor quantidade) e de relacionamentos. Estar de bem consigo e com suas convicções e agir de acordo traz satisfação pessoal. A satisfação corporativa vai além. É preciso agir pelo bem comum, pelo sucesso de todos, trabalhando dentro de nós formas de expor nossas ideias e atitudes de forma doce e assertiva. A frustração é nula e a vitória é comemorada de forma muito mais gostosa, pois foi feita em conjunto, afinal, é impossível brindar uma vitória sozinho.